15/11/2011

Proibido esquecer

Myosotis ramosissima Rochel


Regressamos a medo a um género que já nos causou não poucos embaraços. Só nos Açores a história foi outra: quando vimos o Myosotis maritima, depois de um sobe e desce de alpinista amador em rochedos de lava negra, sabíamos muito bem o que estávamos a ver. Mas no continente a dúvida e os Myosotis são companheiros inseparáveis.

Chamamos Myosotis ramosissima à planta no escaparate porque não temos outro nome que mais bem lhe encaixe, apesar de ela divergir em pequenos aspectos da descrição usual dessa espécie: tem um hábito semi-prostrado quando devia tê-lo erecto, os cálices das flores são mais peludos do que deveriam ser, e os pedúnculos que as sustentam parecem-nos demasiado curtos. Os restante caracteres observáveis (o formato das folhas, a pequenez das flores, a aparência hirsuta, as hastes ramificadas na base) já obedecem porém ao manual, e dão-nos alguma confiança de que a identificação esteja correcta.

O não-me-esqueças-super-ramificado é uma planta anual com hastes até 40 cm (em geral bastante menores), folhas de 1 a 4 cm de comprimento, e flores de 2 a 3 mm de diâmetro. O contraste de tamanho entre as flores liliputianas e as folhas bem desenvolvidas é aliás uma das singularidades da espécie. Amplamente distribuída na Europa, Ásia e norte de África, no nosso país aparece de norte a sul em habitats variados (sítios secos ou temporariamente encharcados, areias marítimas), florescendo nos meses de Primavera.

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