18/07/2013

Flor de túnica

Petrorhagia saxifraga (L.) Link


A designação Petrorhagia, formada pelos termos gregos petros (pedra) e rhagas (fissura), indica que as plantas deste género apreciam os habitats rochosos e os solos secos. Não revela que a planta das fotos gosta de substrato ácido e da beira da água, mas todos os exemplares que conhecemos se encavalitam nos penedos xistosos das encostas do rio Douro, muito perto do leito, junto às barragens da Bemposta (em Mogadouro) e de Bagaúste (na Régua).

Saxifraga diz exactamente o mesmo que Petrorhagia mas em latim. Como seria uma desatenção, falha que é rara entre taxonomistas, usar um binómio com uma repetição ao nomear uma planta, o mais certo é que o epíteto saxifraga que se une a Petrorhagia na identificação desta planta queira sublinhar a parecença das suas flores com algumas do género Saxifraga. Porque as flores têm um hábito que lembra o dos cravos, Lineu chamou-lhe, em 1743, Dianthus saxifragus. Mas o género Dianthus foi mais tarde subdividido, e a designação da planta hoje aceite é a que Johann Heinrich Friedrich Link (1767-1851) lhe deu em 1831.

É uma herbácea perene de folhas lineares, serrilhadas e ásperas, com numerosas hastes finas de até 50 cm de altura, no cimo das quais surgem flores solitárias de cálice turbinado, pétalas brancas ou rosadas com cerca de 4.5-10 mm de diâmetro e uma indentação no ápice. É nativa do centro e sul da Europa e sudoeste da Ásia; em Portugal só há registo da sua presença na bacia do Douro.


barragem de Bagaúste, Peso da Régua

1 comentário :

bea disse...

Quando a natureza resolve fazer pose é infinitamente grácil