30/06/2006

Cambarinho (2.ª parte)



É altura de abandonarmos a contemplação em que há dias nos detivemos, e de ascendermos ao cume da reserva do Cambarinho. Os dois jovens carvalhos em primeiro plano na foto, formando um portal que se abre para o maciço de rododendros à direita, são primos afastados um do outro, pertencentes a espécies diferentes do género Quercus. O da esquerda, de folhagem mais escura, é um carvalho-roble; o da direita um carvalho-negral. Passando os dedos pela folhagem de um e de outro notamos as diferentes texturas: glabra a do primeiro, penugenta como veludo a do segundo. Também no recorte as folhas se distinguem, mais sulcadas as do carvalho-negral que as do roble.

O passadiço de madeira que na foto se entrevê à esquerda acompanha os rododendros nos primeiros cento e tantos metros da descida; mas logo se interrompe quando o declive se acentua e o terreno se torna mais acidentado. Ao fundo, desenrolada a serpentina até ao fim, somos obrigados a furar por uma caverna formada pelos arbustos, e a saltar o veio de água que ouvíamos cantar e por fim podemos tocar. Na semi-penumbra da caverna, duas ou três pedras formam uma pequena represa onde a água se tinge com o roxo das flores caídas.

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