13/10/2005

Frangipani



Fotos. pva 0510 - Plumeria rubra no Jardim Duque da Terceira, Angra de Heroísmo

O género Plumeria, tal como os outros membros da família Apocynaceae, tem flores cerosas exibindo pétalas levemente sobrepostas e torcidas como as pás de uma hélice. A essência almiscarada intensa a que as suas flores rescendem, que compensa em várias espécies a falta de néctar e lembra o aroma de pipoca, de laranja, de pêssego, de jasmim ou de gardénia, concede-lhe a designação frangipani, do antropónimo Muzio Frangipani, nobre italiano do século XVI que lançou a moda de se usar em luvas e outras vestimentas de pele o perfume desta planta. São estas as flores que compõem os famosos colares havaianos, os leis.

Originário da América tropical, mas largamente disseminado por missionários que o promoveram como ornamento em cemitérios, hibrida com facilidade tornando árdua a tarefa de identificação. A espécie Plumeria rubra, antepassado da maioria dos híbridos e que nas zonas equatoriais pode manter-se em flor todo o ano, é um paquiderme vegetal de folhas largas, coriáceas, acuminadas e caducas que se agrupam nas extremidades dos ramos; o tronco suculento, musculoso e com ritidoma espesso, só se ramifica quando floresce, optando por uma divisão dicotómica que assim forma um arranjo de ramos que se assemelha ao do dragoeiro.

O nome Plumeria homenageia Charles Plumier (1646-1704), botânico francês que trabalhou nas Caraíbas.

3 comentários :

Anónimo disse...

Viva.
Mais uma vez, parabéns pelo vosso excepcional trabalho/prazer.
Penso que nas ruas de Díli abundam estas Frangipani. Pelas cores, pelas pétalas, pelo odor descrito. Enchem algumas ruas à beira-mar de um aroma que reforça as cores do fim de tarde, tornando-as numa apaixonante melodia impressionista. Não há pintura sem cheiro, cores que não falem de odores. Estas flores encheram-me de paz, entre os verdes e vermelhos da montanha e os azuis e verdes daquele mar, quando me detinha, de olhos quase fechados, no pormenor do seu branco odor.
Abraço,
Ângelo Eduardo Ferreira

Maria Carvalho disse...

Obrigada pelo seu testemunho. A bibliografia que conhecemos sobre plantas em cidades orientais dão conta justamente da presença de muitos frangipani por lá, e do seu carácter sagrado (não surpreende esta adoração, sendo tão bonitas e perfumadas...).

Palmira disse...

Que lindo!