04/04/2005

O Rouxinol

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«Sabeis muito bem que na China o Imperador é chinês e chineses todos quanto o rodeiam. Esta história é muito antiga mas precisamente por isso vale a pena ouvi-la antes que se lhe perca a memória.
0 palácio do Imperador era o melhor do mundo, todo de porcelana finíssima, tão preciosa e frágil que não se lhe poderia tocar senão com muitas preocupações.
No jardim viam-se flores extrordinárias, nas quais estavam presas campainhas de prata que tocavam para que ninguém passasse sem reparar na flor.
Sim senhor, tudo fora bem calculado no jardim imperial, que se estendia até tão longe que o próprio jardineiro não lhe conhecia o fim. Quem continuasse sempre a andar chegava a uma floresta estupenda, com árvores enormes e lagos profundos. A floresta descia até ao mar muito fundo e azul. Podiam aproximar-se navios de calado alto até aos ramos das árvores.

Nestas habitava um rouxinol que cantava com tal encanto que qualquer pescador pobre, embora ocupado na sua vida, ficava imóvel a escutar, largando de bom grado a rede quando ia à noite levantá-la. (...) »
In Contos de Encantar de Hans Christian Andersen (Editorial Minerva, Lisboa) tradução de Cabral do Nascimento- (continuar a ler "O Rouxinol"noutra versão, em inglês)

Ouvir o canto do rouxinol (Luscinia megarhynchos)

H C Andersen 2005 ; H. C. Andersen na BN

Foto: mdlramos 0503 - Pieris (sp.) em flor nos Jardins da Quinta da Aveleda

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